quinta-feira, 7 de março de 2013

Entrevista com Ná Ozzetti / Interview with Ná Ozzetti


Ná Ozzetti é uma cantora e compositora com mais de trinta anos de carreira. Seu início profissional se deu com o grupo Rumo, integrante da chamada “Vanguarda Paulista”, um não-movimento consistido em um grupo de artistas de uma mesma geração que se propôs a renovar a linguagem da canção popular, tendo como palco o emblemático Teatro Lira Paulistana. Ná gravou seis discos com o grupo, entre 1981 e 1991 – que em 2013 teve sua obra completa comercializada em uma caixa de CDs, além do lançamento do DVD “Rumo”, com show realizado em 2004. Sua obra é cultivada com calma e critério junto a parceiros de longa data recorrentes em seus trabalhos solo, como Luiz Tatit (também integrante do Rumo), Itamar Assumpção (falecido em 2003), e José Miguel Wisnik. Entre outros, nomes como Suzana Salles, Alice Ruiz, Arthur Nestrovisk e Zélia Duncan passaram a fazer parte de sua semeadura ao longo dos anos. Junto deles, o compositor, arranjador e violinista Dante Ozzetti, seu irmão, é onipresente nos arranjos da maior parte de seus discos. São oito até então, “Ná Ozzetti” (1988, prêmio Sharp de “Revelação Feminina” na categoria MPB); “Ná” [1994, prêmio Sharp nas categorias de “Melhor Disco” e “Melhor Arranjo” (Dante Ozzetti) no segmento pop-rock]; “Love Lee Rita” (1996, que concorreu ao prêmio Sharp de “Melhor Arranjo” pelo trabalho de Dante Ozzetti); “Estopim” (1999); “Show” (2001, que sucedeu o prêmio de “Melhor Intérprete” no Festival da Música Brasileira, promovido pela Rede Globo no ano 2000, pela interpretação da canção homônima, composta por Luiz Tatit e Fábio Tagliaferri); “Piano e Voz” (2005, em parceria com André Mehmari); “Balangandãs” (2008, “Melhor CD Popular” no 5º Prêmio Bravo! Prime de Cultura); e “Meu Quintal” (2011, cuja canção “Equilíbrio”, parceria de Ná Ozzetti com Luiz Tatit, foi indicada na categoria “Melhor Canção Brasileira” do Latin Grammy Awards). Um disco novo, ainda sem título, está a caminho. Como será visto na entrevista que segue, a carreira vitoriosa é fruto de um trabalho árduo numa profissão imprevisível. Um eterno e necessário renascer da vida na arte. As belas fotos de Ná ao longo de sua carreira foram feitas por outro parceiro de longa data, o baterista do grupo Rumo e fotógrafo Gal Oppido.

1. Quais os primeiros contatos que você se lembra de ter tido com a arte como espectador(a)?

Em casa, desde sempre. Meus pais gostavam de música, meu avô pintava, criava peças em madeira, meu tio tocava acordeom nos almoços em família, minha tia também pintava, e toda família sempre ouvia música clássica e popular. Então esses foram meus primeiros contatos. 

2. Qual a sua formação?

Comecei a estudar piano aos 7 anos. Depois parei e voltei aos 16. Depois estudei música na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e a partir dos 19 anos comecei a estudar canto lírico. Mais tarde voltei aos estudos de piano com Felix Wagner, depois com Ricardo Breim e Ana Fridmann. Integrar o grupo Rumo foi uma grande escola pra mim, assim como o contato com todos os músicos com os quais trabalhei depois na carreira solo.

3. Quando e como lhe ocorreu ser artista? Houve um momento no qual esta foi uma intenção clara ou foi algo que aconteceu?

Desde criança tive esse encanto pelas artes, principalmente pela música e pelo canto. Sempre tive o sonho de ser cantora, era muito claro pra mim e batalhei por isso. Mas tive uma experiência que foi decisiva, aos 15 anos quando cantei pela primeira vez num palco, fazendo backing na banda do meu irmão Dante (Ozzetti). Foi mágico.

4. Você pode nos contar um pouco da sua carreira?

Antes de entrar no Rumo, cantava em grupos, com amigos, em apresentações amadoras. Meu primeiro trabalho foi cantando em uma gafieira. A partir do Rumo, em 1979, me profissionalizei e me dediquei exclusivamente às atividades do grupo. Lançamos cinco discos e fizemos muitos shows. Em 1985 comecei a me apresentar sozinha, com formações variadas. Neste momento convidei o Dante para tocar e fazer os arranjos. Em 1988 lancei meu primeiro disco solo. Neste disco estão presentes muitos músicos que foram importantes na minha trajetória até então: integrantes do Rumo, Zé Miguel Wisnik, Itamar Assumpção e a Banda Isca, Bocato e o Dante, que produziu o disco comigo, tocou e assinou vários arranjos. Paralelamente continuei os trabalhos com o Rumo, até 1992, quando decidimos parar. Em 1994 lancei o segundo disco solo, com algumas composições minhas, entre outras. Depois vieram mais três discos solo, até 2004, quando André Mehmari e eu formamos o Duo Piano e Voz, lançamos o disco em 2005 e o DVD em 2006. Em 2008 comecei a trabalhar com o quarteto que venho trabalhando até hoje, com Mário Manga, Sérgio Reze, Zé Alexandre Carvalho e o Dante Ozzetti. Lançamos os discos “Balangandãs”, “Meu Quintal” e estamos prestes a gravar o próximo. Entre um disco e outro, faço shows e projetos paralelos com outros artistas.

5. Quais artistas lhe influenciaram?

Muitos, posso não lembrar de todos agora, mas cito alguns, em ordem cronológica (pra mim) como: Beatles, Rita Pavone, Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Mutantes, Rita Lee, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Milton Nascimento, Clube da Esquina, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Carmen Miranda, Itamar Assumpção...

6. Quando passou a se considerar profissional?

A partir do Rumo, no início de 1979.

7. Qual era a ideia que você tinha da profissão antes de exercê-la?

Não tinha muita ideia. Queria cantar, conviver com a música. Fui aprendendo a ser profissional quando já estava na estrada.

8. Qual é a ideia que você tem da profissão hoje que a exerce?

É uma profissão imprevisível. Sou profissional há mais de trinta anos e nunca sei como será o ano seguinte. Aqui no Brasil são raros os artistas que conseguem ter um planejamento a longo prazo. Além disso, há muita coisa acontecendo, há uma dinâmica que nos faz mudar de tempos em tempos. Gosto dessa dinâmica, da sensação de estar recomeçando sempre.

9. Como é o seu dia de trabalho?

Varia muito de acordo com a fase que estou passando. Agora por exemplo, estou preparando um disco novo. Neste momento há uma concentração grande de trabalho, fico totalmente envolvida com ensaios, a produção do disco, aspectos técnicos, arranjos (que costumo acompanhar), cuidados com a voz, além de começar a planejar todos os detalhes do lançamento, que precisam ser planejados também neste momento, não dá pra pensar em outra coisa. O mesmo para quando estou preparando a estréia de um show. No mais, são as atividades normais, shows, viagens. No dia a dia, quando está mais calmo, faço aulas de dança, atividade que adoro, entre outras coisas.

10. Seu trabalho foi beneficiado com a internet e as redes sociais? Como? 

Sem dúvida. Gosto da possibilidade de comunicação que a internet proporciona. A partir de então tive a possibilidade de contato com pessoas, músicos que nunca imaginei me aproximar. Também gosto da democratização da música pela internet.

11. É possível pagar as contas tendo a arte como ofício? Como você faz?

No início da carreira tinha uma atividade paralela, dava aulas de canto para poder me sustentar. O início é sempre difícil, como em toda profissão, exige muito foco e dedicação. Há mais de dez anos não dou aulas e consigo viver exclusivamente do meu trabalho, mas não dá pra relaxar.

12. Como você acredita que será o futuro da sua profissão?

Não sei. Acho que as apresentações em público sempre existirão. As gravações também, mas não sei o formato. A música faz parte da vida das pessoas, quanto à profissão, damos um jeito, como sempre.

13. Fale sobre o que você gostaria do seu trabalho, mas nunca lhe perguntam.

Hehe... Teria uma historinha nova para cada dia...

Para conhecer mais do trabalho de Ná Ozzetti, visite sua página oficial:
www.naozzetti.com
E curta a sua página no Facebook para saber o que ela anda fazendo:
http://www.facebook.com/pages/N%C3%A1-Ozzetti/128804407131644?fref=ts


Para ficar atualizado das novidades do Cultura Artfício, curta nossa página no Facebook:
Ou siga-nos no Twitter:

Ná Ozzetti is a singer and songwriter with over thirty years of career. The beginning of her professional path was made with the group Rumo, a member of "Vanguarda Paulista" (“Paulista Vanguard”), a non-movement consisted of a group of artists from the same generation with the purpose to renew the language of popular song, which was staged at the iconic theater Lira Paulistana. Ná recorded six albums with the group between 1981 and 1991 – which in 2013 had its complete works sold in a box of CDs, plus the DVD release of "Rumo" with a show held in 2004. Her solo work has been cultivated with calmness and discretion along recurring longtime partners, such as Luiz Tatit (also part of Rumo), Itamar Assumpção (dead in 2003), and José Miguel Wisnik. Other names like Suzana Salles, Alice Ruiz, Arthur Nestrovisk and Zélia Duncan became part of her sowing over the years. Along with them, the composer, arranger and violinist Dante Ozzetti, her brother, is omnipresent in the arrangements of most of her albums. There are eight so far, "Ná Ozzetti" (1988, Sharp "Female Breakthrough" award, category MPB – acronym for Popular Brazilian Music); "Ná" [1994, Sharp award in the categories "Best Album" and "Best Arrangement" (Dante Ozzetti), segment pop-rock]; "Love Lee Rita" (1996, which ran for the "Best Arrangement" Sharp award for Dante Ozzetti); "Estopim" (1999); "Show" [2001, which is a succession from the “Best interpreter” award in the Festival da Música Brasileira (Brazilian Music Festival), sponsored by Rede Globo in 2000, for the interpretation of the homonymous song, composed by Luiz Tatit and Fabio Tagliaferri]; "Piano e voz " (2005, in partnership with André Mehmari); "Balangandãs" (2008, "Best Popular CD" at the 5th Prêmio Bravo! Prime de Cultura); and "Meu quintal" (2011, “Equiilíbrio", a partnership of Ná Ozzetti with Luiz Tatit, was nominated for "Best Brazilian Song" at the Latin Grammy Awards). A still untitled new album is on the way. As will be seen in the interview that follows, a successful career which is the result of hard work in an unpredictable profession. An eternal and necessary rebirth of life in art. The beautiful photos of Ná throughout her career were made ​​by another long-time partner, the  drummer of Rumo and photographer Gal Oppido.

1.  What were the first contacts you remember having with art as a spectator?

At home, ever. My parents liked music, my grandfather was painted and created wooden pieces, my uncle played the accordion in the family lunches, my aunt also painted, and the whole family always listened to classical and popular music. So these were my first contacts.  

2.  What has formed you as an artist?

I started piano lessons at age 7. Then I stopped and went back at 16. Later I studied music at the Fundação das Artes de São Caetano do Sul (Arts Foundation of São Caetano do Sul) and from the age of 19 I began studying classical singing.Later I returned to piano studies with Felix Wagner, then with Ricardo Breim and Ana Fridmann. Integrating the group Rumo was a great school for me, as well as the contact with all the musicians I worked with later in the solo career.

3.  When and how did it occur you to be an artist? Was there a moment in which this was a clear intent or was it something that happened?

Since childhood I've had that enchantment for the arts, especially music and singing. I always had the dream of being a singer, it was very clear to me and I battled through it. But I had an experience that was decisive, at 15 when I first sang on stage, doing backing   in my brother's Dante (Ozzetti) band. It was magical.

4.  Can you tell us a little bit of your carreer?

Before entering Rumo, I sang in groups, with friends, in amateur performances. My first job was singing in a gaff. From Rumo, in 1979, I profissionalized and devoted myself exclusively to the work of the group. We released five albums and did many shows.  In 1985 I began to perform alone, with varied backgrounds. At that moment I invited Dante to play and make the arrangements. In 1988 I launched my first solo album. In this record many musicians who were important in my career so far are present: members of Rumo, Zé Miguel Wisnik, Itamar Assumpção and Banda Isca, Bocato and Dante, who produced the album with me, played and signed various arrangements.  Alongside I continued the works with Rumo, until 1992, when we decided to stop. In 1994 I launched the second solo album, with some compositions of mine, among others. Then came three more solo albums, until 2004, when André Mehmari and I formed the Duo Piano e Voz (Duo Piano and Voice), launched in 2005 on CD and in 2006 on DVD. In 2008 I started working with the quartet I've been working until today, with Mário Manga, Sérgio Reze, Zé Alexandre Carvalho and Dante Ozzetti. We released the albums "Balangandãs", "Meu quintal" and we are about to record the next.  Between a record and the other I give concerts and join parallel projects with other artists.

5.  Which artists influenced you?

Many, I can’t remember all now but quote some, in chronological order (to me), as: Beatles, Rita Pavone, Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Os Mutantes, Rita Lee, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Milton Nascimento, Clube da Esquina, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Carmen Miranda, Itamar Assumpção...

6.  When did you start considering yourself a professional?

From Rumo on, in early 1979.

7.  What was the idea you had of the profession before exercising it? 

Not much idea. I wanted to sing, live with the music. I learned to be professional when I was already on the road.
8.  What is the idea you have of the profession now that you exercise it?

It is an unpredictable profession. I've been a professional for over thirty years and never know how it will be next year. Here in Brazil the artists who can have a long-term planning are rare.  Besides, there is a lot going on, there is a dynamic that makes us change from time to time. I like this dynamic, of the feeling of always starting over.

9.  How is your workday?

It varies according to the phase I'm going through. Now for example, I am preparing a new album. Right now there is a large concentration of work, I am totally involved with rehearsing, record producing, technical aspects, arrangements (which I usually accompany), voice care, besides start planning all the details of the launch, which also need to be planned at this time, you can’t think of anything else.  It's the same when I'm preparing the premiere of a show. The rest is made of normal activities, concerts, travels. In everyday life, when it's calmer, I do dance classes, activity which I love, among other things.

10.  Has your work been benefited with the Internet and the social networks? How?

Without a doubt. I like the communication possibility that the internet provides. From then on I've been able to connect with people, musicians who I never imagined approaching. I also like the democratization of music over the Internet.

11.  Is it possible to pay the bills having art as a labor? How do you do it?

Earlier in the career I had a parallel activity, giving singing lessons to be able to support myself. The beginning is always hard, as in any profession, it requires a lot of focus and dedication.  For over ten years I haven't been giving lessons and can live solely on my work, but it's not possible to relax.

12.  How do you believe the future of your profession will be?

I don't know. I think the public performances will always exist. The recordings also, but I don't know the format. The song is part of people's lives, as the profession, we'll figure out a way, as always.

13. Talk about what you’d like of your craft but no one ever asks you. 

Hehe... Every day I'd have a new short story...

To learn more about the work of Ná Ozzetti, visit her official website:
www.naozzetti.com.br
And like her page on Facebook to know what she's been doing:
https://www.facebook.com/pages/Ná-Ozzetti/128804407131644?fref=ts

To get updated news from Cultura Artfício, like our Facebook page:
Or follow us on Twitter:
https://twitter.com/CulturaArtficio



Ná Ozzetti es una cantante y compositora con más de treinta años de carrera. Su comienzo profesional se hizo con el grupo Rumo, miembro de la "Vanguarda Paulista", un no-movimiento que se consistió en un grupo de artistas de la misma generación que se propuso a renovar el lenguaje de la canción popular, teniendo como etapa el emblemático teatro Lira Paulistana. Ná ha grabado seis álbumes con el grupo entre 1981 y 1991  que en 2013 tuvo su obra completa en venta en una caja de CDs, además del lanzamiento en DVD de "Rumo" con la demostración realizada en 2004. Su trabajo se cultiva con calma y discreción con los socios desde hace mucho tiempo recurrentes en su trabajo en solitario, como Luiz Tatit (también parte de Rumo), Itamar Assumpção (muerto en 2003), y José Miguel Wisnik. Entre otros nombres como Suzana Salles, Alice Ruiz, Arthur Nestrovisk y Zélia Duncan se convirtieron en parte de su siembra en los últimos años. Junto a ellos, el compositor, arreglista y violinista Dante Ozzetti, su hermano, está en todas partes en los arreglos de la mayoría de sus álbumes. Hay ocho hasta ahora, "Ná Ozzetti" (1988, premio Sharp por "Revelación Femenina" en la categoría MPB, abreviatura Música Popular Brasileira); "Ná" [1994, premio Sharp en las categorías de "Mejor Álbum" y "Mejor Arreglo" (Dante Ozzetti), segmento pop-rock]; "Love Lee Rita" (1996, que compitió por el premio Sharp de "Mejor Arreglo", por la obra de Dante Ozzetti); "Estopim" (1999); "Show" [2001, que se sucedió a el premio de "Mejor intérprete" en el Festival de Música Brasileira (Festival de Música Brasileña), patrocinado por la Rede Globo en 2000, por la interpretación de la canción del mismo nombre, compuesta por Luiz Tatit y Fabio Tagliaferri ]; "Piano y Voz" (2005, en colaboración con André Mehmari); "Balangandãs" (2008, "Mejor CD Popular" en el 5º Premio Bravo! Prime de Cultura); y "Meu quintal" (2011, cuya canción "Equilíbrio", de Ná Ozzetti en asociación con Luiz Tatit, fue nominada como "Mejor Canción Brasileña" de los Latin Grammy Awards). Un nuevo álbum, aún sin título, está en el camino. Como se verá en la entrevista que sigue, una carrera de éxito es el resultado del trabajo duro en una profesión impredecible. Un renacimiento eterno y necesario de la vida en el arte. Las bellas fotos de Ná largo de su carrera fueron hechas por otro socio de mucho tiempo, el baterista del grupo Rumo y fotógrafo Gal Oppido.

1. ¿Cuáles son los primeros contactos que usted recuerda haber tenido con el arte como espectador(a)?

En casa, siempre. A mis padres les gustaba la música, mi abuelo pintaba y creaba piezas de madera, mi tío tocaba el acordeón en almuerzos familiares, mi tía también pintó, y toda la familia siempre escuchaba música clásica y popular. Así que estos fueron mis primeros contactos. 

2. ¿Cuál es su formación como artista?

Empecé a estudiar piano a los 7 años. Entonces me detuve y volví a 16. Más tarde estudió música en la Fundação das Artes de São Caetano do Sul y desde los 19 años empecé a estudiar canto clásico. Más tarde volví a los estudios de piano con Felix Wagner, luego con Ricardo Breim y Ana Fridmann. La integración con el grupo Rumo fue una gran escuela para mí, así como el contacto con todos los músicos con los que trabajé posterior en la carrera en solitario.

3. ¿Cuándo y cómo llegó a ser un artista? Hubo un tiempo en que esto era una clara intención o fue algo que sucedió?

Desde niña tenía ese encanto por las artes, especialmente la música y el canto. Siempre he tenido el sueño de convertirme en cantante, estaba muy claro para mí y luché por él. Pero tuve una experiencia que fue decisiva, a los 15, cuando cantó por primera vez en el etapa, haciendo backing en la banda de mi hermano Dante (Ozzetti). Fue mágico.

4. ¿Puedes contarnos un poco de su carrera?

Antes de entrar en Rumo, cantaba en grupo, con amigos, en actuaciones de amateurs. Mi primer trabajo fué cantar en un garfio. Con Rumo, en 1979, profissionalizei y me dediqué exclusivamente a la labor del grupo. Lanzamos cinco álbumes y hecho muchos espectáculos. En 1985 comencé a presentarme solo, con diversos orígenes. Ahora invitado Dante para tocar y hacer los arreglos. En 1988 lancé mi primer disco en solitario. En este disco están presentes muchos músicos que fueron importantes en mi carrera hasta entonces: miembros de Rumo, Zé Miguel Wisnik, Itamar Assumpção y Banda Isca, Bocato y Dante, quien arregló el álbum conmigo, tocó y firmado varios arreglos. Además segui trabajando con el Rumo, hasta 1992, cuando decidimos parar. En 1994 puse en marcha el segundo álbum en solitario, con algunas composiciones mías, entre otros. Luego vinieron otros tres álbumes en solitario hasta 2004, cuando André Mehmari y yo formamos el Duo Piano e Voz, lanzado el disco en 2005 y el DVD en 2006. En 2008 empecé a trabajar con el cuarteto que hasta hoy he estado trabajando, con Mário Manga, Sérgio Reze, Zé Alexandre Carvalho y Dante Ozzetti. Lanzamos los álbumes "Estopim", "Meu quintal" y estamos a punto de grabar el siguiente. Entre un disco y el otro, yo hago conciertos y proyectos paralelos con otros artistas.

5. ¿Qué artistas le influyeron?

Muchos, no puedo recordar todos ahora pero citar algunos, en orden cronológico (para mí): Beatles, Rita Pavone, Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Os Mutantes, Rita Lee, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Milton Nascimento Clube da Esquina, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Carmen Miranda, Itamar Assumpção...

6. 
 ¿
 
Cuando se ve a sí misma como profesional?

A partir del Rumo, a principios de 1979.

7. ¿Cuál era la idea que tenía del trabajo antes de hacer ejercicio él?

No tenía mucha idea. Yo quería cantar, vivir con música. Aprendí a ser profesional cuando estaba en el Rumo.

8. ¿Cuál es la idea que usted tiene de la profesión hoy que la ejerce?

Es una profesión impredecible. Soy profesional desde hace más de treinta años y nunca sé cómo va a ser el año que viene. Aquí en Brasil son pocos artistas que pueden tener una planificación a largo plazo. Además, hay mucho que hacer, hay una dinámica que nos hace cambiar de vez en cuando. Me gusta esta dinámica, la sensación de estar siempre empezando de nuevo.

9. ¿Cómo es tu día de trabajo?

Varía de acuerdo a la fase que estoy pasando. Ahora, por ejemplo, estoy preparando un nuevo álbum. En este momento hay una gran concentración de trabajo, estoy totalmente implicada con pruebas, producción del disco, apectos técnicos, arreglos (que por lo general acompaño), la atención con la voz, y también comenzar a planificar todos los detalles del lanzamiento, que deben ser previstos. En este tiempo, no se puede pensar en otra cosa. Lo mismo para cuando me estoy preparando para el estreno de un espectáculo. En el resto, son actividades normales, espectáculos, viajes. En la vida cotidiana, cuando estoy más tranquila, hago clases de baile, actividad que amo, entre otras cosas.

10. ¿Su trabajo se ha beneficiado de la Internet y las redes sociales? ¿Cómo? 

Sin duda. Me gusta la posibilidad de comunicación que el Internet ofrece. A partir de entonces fui capaz de conectar con personas, músicos que nunca imaginé que me acercaría. También me gusta la democratización de la música a través del Internet.

11. ¿Usted puede pagar las cuentas con el arte como trabajo? ¿Cómo lo hace?

Al principio de la carrera, tuvo una actividad secundaria, dio clases de canto para poder mantenerme. El principio siempre es difícil, como en cualquier profesión, requiere de mucha
concentración y dedicación. No lecciono por más de diez años y puedo vivir únicamente de mi trabajo, pero no te puedes relajar.

12. ¿Cómo cree que será el futuro de su profesión?

No se. Creo que las presentaciones en público siempre existirán. Las grabaciones también, pero no sé el formato. La canción forma parte de la vida de las personas, cuanto a la profesión, vamos a encontrar una manera, como siempre.

13. Hable sobre lo que le gustaría que su trabajo, pero nunca le preguntan.

Jeje... Tendría una nueva historia para todos los días...

Para conocer más sobre el trabajo de Ná Ozzetti, visite su página web oficial:
Y gusta su página en Facebook para saber lo que está haciendo:


Para obtener noticias actualizadas de Cultura Artfício, gusta nuestra página de Facebook:
O síguenos en Twitter:

Um comentário:

  1. Parabéns Cultura Artifício! Delícia de entrevista com nossa querida e grande Ná Ozzetti!

    ResponderExcluir